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Um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre a crise e crédito e a recessão entre 2008 e 2013

Crise e Crédito: Lições da Recessão de 2008-2013

Qual o impacto da recessão de 2008-2013 em Portugal? Como é que as restrições de crédito então verificadas afetaram as empresas portuguesas? Que lições pode o país aprender com o que se passou nesse período? Encontre a resposta a estas e outras questões neste estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
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Estudo Crise e Crédito, Lições da Recessão de 2008-2013, da Fundação Francisco Manuel dos Santos
Crise e Crédito: Lições da Recessão de 2008-2013

A visão convencional sustenta que as crises são períodos em que a economia se desfaz das unidades menos produtivas a um ritmo mais acelerado, abrindo espaço para a expansão de empresas mais produtivas e para o aumento da produtividade média. Mas será que esse efeito de limpeza das recessões — tal como é designado pelos economistas — prevalece em conjunturas marcadas por restrições financeiras acrescidas?

Este estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos procura dar uma resposta a esta questão, olhando para o caso de Portugal na crise de 2008-2013, em que as empresas enfrentaram fortes restrições no acesso ao crédito, resultantes da crise financeira internacional e dos níveis elevados da dívida soberana. Considerando os dados das sociedades portuguesas a operar na indústria transformadora e nos serviços, no período compreendido entre 2004 e 2017, este estudo avalia se as empresas portuguesas enfrentaram um risco adicional de atividade durante a Grande Recessão (2008–2013), causado, justamente, pelas restrições impostas no acesso ao crédito. Para esse efeito, debruça-se sobre quatro aspetos fundamentais:

 

  • o funcionamento dos mecanismos de seleção de mercado, designadamente se as restrições financeiras, geradoras de ineficiência, contribuíram para reverter o efeito schumpeteriano de limpeza atribuído às recessões
  • as empresas zombie — empresas maduras sobre-endividadas sem capacidade de solver os seus compromissos financeiros devido à falta persistente de rendibilidade — e os fatores que explicam a recuperação destas empresas ou, alternativamente, o seu encerramento
  • o impacto das alterações legislativas introduzidas no regime de insolvência em 2012
  • avaliação do impacto da dinâmica empresarial no crescimento da produtividade antes, durante e depois da Grande Recessão.


Com este estudo, a Fundação procura dar a conhecer os mecanismos através dos quais as crises económicas mais agudas afetam a dinâmica empresarial e, dessa forma, contribuir para o debate público e político em torno da formulação de políticas mais adequadas a períodos como os da atual crise económica decorrente da pandemia da Covid-19. 

Dada a magnitude do choque negativo a que se assiste, uma deterioração drástica nos balanços das empresas desencadeará necessariamente um aumento do risco de encerramento de um número significativo de empresas viáveis. Assim sendo, políticas contracíclicas destinadas a aliviar os problemas de liquidez das empresas são, pois, da maior relevância, na medida em que limitariam os efeitos duradouros dos choques devastadores. No entanto, políticas que não desencorajem o financiamento de empresas inviáveis certamente acabarão por diminuir a capacidade de crescimento da economia portuguesa no futuro.
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Estudo Crise e Crédito, Lições da Recessão de 2008-2013, da Fundação Francisco Manuel dos Santos
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