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Um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre dinâmica empresarial e desigualdade.

Dinâmica empresarial e desigualdade

Qual a relação entre a criação de empresas e a desigualdade salarial? Contribui o empreendedorismo para uma melhoria generalizada dos salários? Ou, pelo contrário, contribui para um aumento da desigualdade? Encontre a resposta a estas e outras questões neste estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
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Estudo Dinâmica empresarial e desigualdade, da Fundação Francisco Manuel dos Santos

As últimas décadas registaram um aumento significativo do empreendedorismo e da proporção de pequenas empresas nas economias desenvolvidas, entre as quais Portugal. A importância atribuída ao empreendedorismo como fator impulsionador do desenvolvimento económico tem levado a que as políticas públicas na União Europeia deem cada vez mais relevo à criação de novas empresas.

Em paralelo com o aumento do empreendedorismo e a proliferação das classes criativas, diversas análises têm registado uma tendência para o aumento da desigualdade nos rendimentos, em particular dos rendimentos do trabalho. Especificamente, existem cada vez mais trabalhadores com salários mais elevados e, simultaneamente, trabalhadores com salários mais baixos, diminuindo a proporção de trabalhadores com salários medianos.

Este estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos tem como objetivo central estudar a relação entre o empreendedorismo (a criação de novas empresas) e a desigualdade salarial em Portugal, realçando o papel da distribuição regional das pessoas dedicadas a profissões criativas. Pretende-se, assim, identificar as características dos mercados de trabalho e do empreendedorismo locais que levam a que diferentes regiões registem diferentes níveis de desigualdade salarial. Em particular, pretende-se determinar:

  • se o aumento da desigualdade salarial está associado ao aumento da proporção dos trabalhadores com salários mais altos e, ao mesmo tempo, ao crescimento da proporção de trabalhadores com salários mais baixos;
  • se maiores taxas de empreendedorismo estão associadas a maiores níveis de desigualdade salarial;
  • se o aumento da desigualdade salarial está associado ao crescimento da proporção de trabalhadores em profissões criativas;
  • se a desigualdade salarial varia de acordo com a dimensão e a diversidade do mercado de trabalho das diferentes regiões.


Com este estudo, a Fundação Francisco Manuel dos Santos procura mais uma vez contribuir para um conhecimento mais aprofundado da realidade da sociedade portuguesa, e assim permitir um debate público e político mais informado sobre as questões decisivas para o futuro comum dos portugueses.

As remunerações média e mediana aumentaram ao longo do período (em valores reais). O aumento foi mais acentuado para os trabalhadores que já auferiam rendimentos mais elevados (os 10% mais bem pagos) do que para os trabalhadores que ganhavam menos (os 10% com menores salários) e, inclusivamente, do que para aqueles que ganhavam um salário moderado (próximo da mediana). Este aumento da polarização dos salários foi acompanhado por um aumento da desigualdade salarial global (medida pelo índice de Gini) entre 1985 e 1994, passando a assumir valores relativamente estáveis após esse período. O aumento da desigualdade salarial (índice de Gini) é geralmente mais acentuado nas áreas metropolitanas, em particular na de Lisboa.
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Estudo Dinâmica empresarial e desigualdade, da Fundação Francisco Manuel dos Santos
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