A
A
bandeiras europeias em frente a edifício

Portugal nas decisões europeias

Em que medida tem Portugal feito valer os seus interesses no complexo processo europeu de decisão? O enquadramento legal da União Europeia permite aos pequenos Estados-membros acautelar os seus interesses particulares? Como pode Portugal ter peso e influência política no seio da UE? Encontre a resposta a esta e outras questões no estudo “Portugal nas decisões europeias”.
3 min
Documentos
PortugalNasDecisoesEuropeias
Portugal nas decisões europeias

Recentemente, e pela primeira vez na nossa história democrática, a pertença à União Europeia e as consequências da integração europeia para Portugal passaram a ser vistas com ceticismo por uma parcela muito significativa da população. Segundo os dados mais recentes, os portugueses estão divididos sobre se, em retrospetiva, o país terá beneficiado com a pertença à UE. Longe vão os tempos em que mais de 80% dos portugueses diziam “tender a confiar” na Comissão Europeia: hoje, esse valor é de cerca de 30%. Até a manutenção da moeda única é questionada por mais de 40% dos inquiridos em estudos recentes. No discurso político, a ideia de que a Europa é, afinal, um “clube de ricos e poderosos”, em que os interesses de alguns países ("do Norte") se sobrepõem aos de outros ("do Sul"), e onde se instalou um desequilíbrio de poder entre nações antes soberanas, é cada vez mais comum. Tudo isto cria a necessidade de que se repense o papel que Portugal teve, tem, e pode vir a ter na União Europeia.
 
Com este estudo, da responsabilidade de Richard Rose e Alexander Trechsel, a Fundação Francisco Manuel dos Santos procurou examinar em detalhe os aspetos que têm determinado a participação de Portugal nos processos de tomada de decisão a nível europeu, a eficácia e as limitações dessa participação, seja do ponto de vista dos poderes “formais” seja - porventura mais importante num país cujo peso político e económico é comparativamente reduzido - seja do ponto de vista do uso de mecanismos informais e de “smart power”, que implicam o envolvimento da sociedade civil e a capacitação da máquina do estado para um processo de tomada de decisões cada vez mais exigente e complexo:

• Que impacto tem a dimensão territorial e demográfica de Portugal no seu peso político no seio da UE?
• Como é afetado o Governo de Portugal pelo sistema da UE?
• Como pode o Governo português fazer ouvir a sua voz no quadro institucional comunitário?
• Qual o papel e o impacto dos eurodeputados portugueses no Parlamento Europeu?
• Qual o papel e o impacto da comparativamente frágil sociedade civil portuguesa no quadro institucional europeu?
• Qual a dimensão do capital político europeu dos portugueses?
• Desde a integração de Portugal na UE, que oportunidades perdeu o país, e porquê?
• Que oportunidades existem ainda, e como as aproveitar?

Cumprindo o seu objetivo de sempre de contribuir para um debate público mais informado e consciente sobre as questões fundamentais para a vida da sociedade portuguesa, a Fundação procura com este estudo dar a conhecer melhor o método e a eficácia da participação portuguesa nos processos multinacionais de decisão no quadro da União Europeia, e a forma como se relacionam e comportam os vários agentes de decisão ou de participação como o Conselho Europeu, a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu, do lado da União Europeia, e do lado de Portugal, o papel do Governo e da Administração Pública, das organizações profissionais, empresariais e sociais e dos cidadãos em geral.

No caso de Portugal, a questão não é se o país devia ou não ser membro da UE, mas sim como usar a sua presença nas deliberações da UE da melhor maneira, para garantir que as medidas políticas propostas têm em conta os seus interesses, fazendo com que essas medidas políticas beneficiem não só Portugal mas também um número de países suficiente para que sejam adotadas como sendo do interesse coletivo europeu.
Acessos rápidos
Documentos
PortugalNasDecisoesEuropeias
Portuguese, Portugal