A
A
Topo poder local

Barómetro do Poder Local

Em vésperas de eleições autárquicas, a Fundação lança um novo barómetro que avalia o que pensam os portugueses do poder local. Estão satisfeitos com o seu funcionamento? Participam nas decisões? Que perfil deve ter um candidato à liderança das autarquias? Nesta obra interativa teste os seus conhecimentos sobre os poderes municipais e conheça a opinião dos inquiridos.
29 min
 

O QUE PENSAMOS SOBRE O PODER LOCAL?

Faça scroll para começar

 

O poder local é uma peça importante da vida democrática em Portugal.

Multiplica-se pelos 308 municípios do país.

E por 3092 freguesias.

Para aferir a perceção e atitudes da população face ao poder local, o Barómetro ouviu a opinião de 1070 residentes de Portugal continental , com 18 ou mais anos. Veja os resultados e responda também a algumas perguntas.

É OU NÃO É RESPONSABILIDADE DAS CÂMARAS MUNICIPAIS?

Avalie o seu conhecimento respondendo a quatro perguntas sobre competências das câmaras municipais. Compare as suas respostas com as do Barómetro.


 
 
 
 
Respostas certas 16% 30% 37% 13% 4% 16% 30% 37% 13% 4% Câmaras municipais Juntas de freguesia Governo Têm um conhecimentoaprofundado sobre... 45% 38% 37% Comunidades intermunicipais 20% Comissões de coordenação regional 18% Assembleias de freguesia 27% Assembleias municipais 28%

Acertou em 0 respostas, tal como 4% dos inquiridos.

A maioria dos inquiridos — dois em cada três — acertou
em duas ou três perguntas. A média de respostas
certas foi de 2,4.

Menos de 40% dos inquiridos dizem ter um bom entendimento sobre como funcionam as autarquias — menos do que sobre o governo nacional.

A percentagem é ainda menor quanto a outros órgãos autárquicos, intermunicipais e regionais.

O Barómetro procurou comparar o que pensam os habitantes de municípios urbanos e não urbanos do Continente, em vários indicadores, incluindo o nível de conhecimento sobre o poder local.

Municípios urbanos são aqueles que têm somente freguesias urbanas.

Municípios não urbanos são os que possuem pelo menos uma freguesia semi-urbana ou rural.

Os habitantes de municípios não urbanos tendem a conhecer melhor o seu município.

 
 
A influência do poder local Desporto Mobilidade Cultura Ação social Ordenamento Educação Segurança Habitação Economia Ambiente Saúde Saúde Habitação Economia Segurança Ação social Mobilidade Educação Ambiente Desporto Ordenamento Cultura Onde tem mais Deveriater mais Quem tem "muita influência"sobre o poder local Sindicatos Vereadores da oposição Grupos religiosos Outros municípios Cidadãos Associações locais Órgãos intermunicipais Empresas privadas Vereadores no poder Clubes desportivos Órgãos regionais Assembleia municipal Governo nacional Presidente da câmara 16% 61% 46% 46% 37% 29% 23%

O governo deve decidir

As decisões devem ser regionais

 

23%

62%

 
 
 
 

QUEM MANDA NO PODER LOCAL

Na sua opinião, quem tem mais influência sobre as políticas municipais?


Cidadãos
Empresas
Governo nacional
Presidente da câmara
Assembleia municipal

As empresas figuram em 5º lugar entre os grupos e instituições com mais influência sobre as políticas municipais, na opinião dos inquiridos.

Três em cada cinco inquiridos dizem que o presidente da câmara tem “muita influência” sobre as políticas municipais. É o primeiro da lista entre 14 grupos e instituições.

A perceção de que o governo nacional tem muita influência sobre o poder local é grande. Mas os inquiridos no Barómetro acham que as decisões sobre matérias locais ou regionais não deveriam ser centralizadas.

Apenas dois em cada dez inquiridos são da opinião de que, para evitar diferenças entre as regiões, os investimentos e serviços públicos devem ser decididos a nível nacional.

A maioria — seis em cada dez — acha o contrário: tudo tem de ser decidido e adaptado às necessidades regionais, mesmo que isso crie diferenças entre as regiões. Este resultado sugere uma preferência pela descentralização e regionalização.

Dados da OCDE mostram que, nos países mais descentralizados da UE, sobretudo os nórdicos, mais de 60% do orçamento do poder local é gasto em saúde, serviços sociais, educação e cultura.

Em Portugal e noutros países, tipicamente do sul da Europa, as autarquias gastam mais de 60% em serviços gerais e infraestruturas.

O Barómetro procurou saber em que áreas os inquiridos acham que as autarquias têm mais influência.

Esta influência é considerada alta em áreas como os tempos livres e desporto, os transportes e mobilidade, e o património e cultura.

E é mais baixa em áreas como a da habitação e da saúde.

No entanto, é sobre estas duas áreas — saúde e habitação — que os inquiridos acreditam que as autarquias deveriam ser mais influentes.

 

ESTÁ SATISFEITO COM A DEMOCRACIA LOCAL?

Responda, numa escala de 1 a 5, como se sente quanto ao modo como a democracia local funciona no seu município.

Nada satisfeito Muito satisfeito 1 2 3 4 5 8% 14% 37% 33% 8% Urbanos 8% 16% 41% 28% 7% Não urbanos 8% 15% 39% 31% 7% Satisfeito com ademocracia local? Têm uma imagem positivado poder local Urbanos Não urbanos 40% 46% 41% 40% 40% 39% 23% 43% 36% 36% 31% 22% Têm alguma ou muita confiança Parlamento Sistema judicial Autarquias Governo Políticos e partidos

O sentimento geral é tendencialmente positivo: há mais inquiridos satisfeitos do que insatisfeitos.

Nos municípios não urbanos, há mais pessoas satisfeitas ou muito satisfeitas com a democracia local do que nos municípios urbanos.

A imagem do poder local também é melhor entre os residentes de municípios não urbanos.

Este efeito de proximidade do poder local vê-se também de outra forma. Nos municípios urbanos, os inquiridos que têm alguma ou muita confiança nas autarquias são quase tantos como os que confiam na Assembleia da República ou no sistema judicial.

Já nos municípios não urbanos, a confiança no poder local aparece em primeiro lugar.

 

PARTICIPA NA DEMOCRACIA LOCAL?

Com que frequência vai a eventos ou reuniões promovidos pela câmara ou pela assembleia municipal?

Nunca
54%
Raramente
26%
Algumas vezes
16%
Frequentemente
3%
 

Pouco mais de metade dos inquiridos nunca vai a sessões públicas. Quando a estes se somam os que participam raramente nestas sessões, o valor chega aos 80%.

O nível de urbanização influencia a forma como os cidadãos obtêm informação sobre o poder local.

Nos municípios urbanos, há uma preferência maior pelos canais digitais, como as redes sociais.

Nos municípios não urbanos, as principais fontes são pessoas conhecidas e os órgãos de comunicação locais.

 

QUEM VOTA, E COMO?

Pretende votar nas próximas eleições autárquicas?

Com certeza
69%
Em princípio sim
22%
Em princípio não
5%
Não
3%
Não posso votar/Não sei
1%
Vão votar Votaram 6. Filiação partidária 5. Género 4. Experiência 3. Liderança 2. Orientação ideológica 1. Integridade Direita Esquerda Mais votos Mulher Menos votos Homem Independente Independente Setor público Setor público Respeita a ética Nem sempre Ouve ao decidir Decide só

Nove em cada dez inquiridos dizem que vão votar “com certeza” ou “em princípio”.

A vontade de ir às urnas é clara. Mas, nas últimas autárquicas, a taxa de abstenção no país foi de 46%.

O que mais influencia o sentido de voto dos inquiridos é o desempenho da câmara municipal e o candidato em si. O Barómetro confirma, assim, a existência de uma lógica de “votar na pessoa”, mais do que nos partidos ou nos seus programas.

Três atributos são mais valorizados na hora de escolher um candidato: a integridade, a orientação ideológica e a liderança.

O Barómetro combinou esses seis atributos em 11 perfis de candidatos e mostrou dois a cada inquirido, a perguntar em quem votaria.

O candidato mais consensual distingue-se do menos consensual em alguns atributos.

Os inquiridos mostraram maior preferência por candidatas mulheres, com ideologia de direita e a concorrer em listas independentes.

Ter ocupado cargos públicos ou políticos é um dado importante.

Um aspeto que diferencia o perfil mais votado do menos votado é o respeito pela ética e pela lei quando é preciso resolver problemas.

Os inquiridos também preferem quem toma decisões depois de longas consultas, em oposição a quem decide sozinho, sem ouvir ninguém.

 
 

1070 PESSOAS OUVIDAS

PRINCIPAIS MENSAGENS


1.

Há mais pessoas com uma imagem positiva do poder local do que aquelas com uma imagem negativa.

2.

Em municípios não urbanos, o conhecimento, a confiança e a satisfação com as autarquias é maior.

3.

Os inquiridos querem mais poder e ação local em áreas como saúde e habitação.

4.

A descentralização e a regionalização de poderes são vistas com bons olhos.

5.

A participação cívica dos cidadãos na política local é reduzida.

6.

O presidente da câmara é o principal símbolo do poder local, em detrimento de outros atores e órgãos.

7.

O voto nas autárquicas é fortemente influenciado pelo candidato em si, mais do que pelos partidos ou programas.



Documentos
Imagem da capa do barómetro do Poder Local
Portuguese, Portugal