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15 coisas que distinguem os superprevisores dos outros previsores

15 coisas que distinguem os superprevisores dos outros previsores

Nas páginas 263 e 264 do livro «Superprevisões», Philip E. Tetlock e Dan Gardner sintetizam algumas das conclusões do seu estudo
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Ao longo das mais de 350 páginas do livro «Superprevisões», lançado pela Gradiva com apoio da FFMS, Tetlock e Gardner descrevem as atitudes e os comportamentos dos previsores e dos superprevisores. Os autores sintetizam algumas das suas conclusões em duas páginas, que aqui transcrevemos.

 

«Do ponto de vista filosófico, [os superprevisores] tendem a ser:

  • Cautelosos: Nada é certo.
  • Humildes: A realidade é infinitamente complexa.
  • Não deterministas: O que acontece não está destinado a acontecer e não tem necessariamente de acontecer.

Nas suas capacidades e estilos de pensar, tendem a:

  • Ter uma mente activamente aberta: As convicções são hipóteses a testar, não tesouros a proteger.
  • Ser inteligentes e informados, com «necessidade de cognição»: Intelectualmente curiosos, gostam de enigmas e desafios intelectuais.
  • Reflectir: São introspectivos e autocríticos.
  • Ser hábeis com números: Estão à vontade a usar números.

Nos seus métodos de previsão, tendem a ser:

  • Pragmáticos: Não se prendem a nenhuma ideia ou programa.
  • Analíticos: Capazes de se desviar da perspectiva da ponta do seu nariz e ter em consideração outros pontos de vista.
  • Utilizadores de olhos de libélula: Valorizam diferentes perspectivas e sintetizam‑nas numa visão própria.
  • Probabilísticos: Emitem pareceres usando muitos graus de talvez.
  • Actualizadores ponderados: Quando os factos mudam, mudam de opinião.
  • Bons psicólogos intuitivos: Cientes do valor de analisar o seu raciocínio em busca de enviesamentos cognitivos e emocionais.

Na sua ética de trabalho, tendem a ter:

  • Uma atitude mental progressiva: Acreditam que é possível melhorar.
  • Firmeza: Estão determinados a continuar a esforçar-se independentemente de quanto tempo seja necessário.

Este retrato é genérico. Nem todos os atributos são igualmente importantes. O factor mais forte da ascensão nas fileiras dos superprevisores é [...] a medida pela qual as pessoas estão dispostas a actualizar as suas convicções e a procurar aperfeiçoar-se. Este é um indicador cerca de três vezes mais poderoso que o seu rival mais próximo, a inteligência. Parafraseando Thomas Edison, a superprevisão parece ser aproximadamente 75 por cento transpiração e 25 por cento inspiração. E nem todos os superprevisores têm todos os atributos. Há muitos caminhos para o êxito e muitas maneiras de compensar o défice numa área mostrando força noutra.»

Philip E. Tetlock vem a Lisboa no dia 23 de Novembro para, a convite da Fundação, falar da «Ciência das Previsões».

O acordo ortográfico utilizado neste artigo foi definido pelo autor.

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Portuguese, Portugal