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Um retrato vivo da nossa indústria dos óbitos, com todas as suas contradições, gafes e glórias

Um retrato vivo da nossa indústria dos óbitos, com todas as suas contradições, gafes e glórias

Rita Canas Mendes partilha alguns «sabia que...?» relacionados com o seu retrato para a Fundação.
3 min

«Olivro debruça-se sobre os aspectos macabros e tristes do negócio lutuoso, mas vai também revelar dados curiosos e surpreendentes. Este é um retrato vivo da nossa indústria dos óbitos, com todas as suas contradições, gafes e glórias.»

Porquê o retrato «Viver da Morte»?
O livro vem revelar uma faceta desconhecida da nossa sociedade: o sector funerário. Trata-se de uma indústria muito particular, que emprega cerca de 6 mil pessoas, e que a maioria dos portugueses desconhece.

De que trata o livro?
Há mais de mil agências funerárias em Portugal — para cerca de 110 mil óbitos anuais —, mas mal damos por elas. Passamos pelas suas montras, com santinhos e cruxifixos, e raramente nos detemos. Porque haveríamos de o fazer? No entanto, nas grandes cidades há quase uma por bairro; nas zonas mais rurais, uma por freguesia ou várias por município. Quem trabalha nelas? Como é lidar com a morte todos os dias? Que serviços temos hoje ao nosso dispor? E com que preços?
O livro debruça-se sobre os aspectos macabros e tristes do negócio lutuoso, mas vai também revelar dados curiosos e surpreendentes. Este é um retrato vivo da nossa indústria dos óbitos, com todas as suas contradições, gafes e glórias.

Sabia que há várias associações profissionais do sector?
São quatro: a Associação das Agências Funerárias de Portugal (a mais antiga), a Associação Nacional das Empresas Lutuosas (a maior), a Associação de Agentes Funerários do Centro (que publica a revista «Elegia») e a Associação Portuguesa dos Profissionais do Sector Funerário (criada em 2005, pertencente apenas à Servilusa).

Sabia que é na região de Amarante que se concentra o maior número de fabricantes de caixões?
Nas terras de Amadeo e Pascoaes há mais de 20 fábricas de caixões, responsáveis por 75% da produção nacional. Alguns dos fabricantes exportam também para o estrangeiro.
Segundo a AIMMP, o sector das urnas representa em Portugal 20 milhões de euros anuais.

Sabia que há regularmente feiras profissionais em que se apresenta o último grito em caixões e urnas de modelos extravagantes?
A última Expo Funerária realizou-se na Batalha, em 2017 — o livro descreve o que se passou — e a próxima vai ser já em 2019. Nestas feiras reúnem-se mais de 60 expositores, há conferências e workshops.

Sabia que há uma agência funerária Tarzan e outra chamada Rebimbas?
A grande maioria das agências funerárias são pequenas empresas familiares. Como o sector é muito competitivo, por vezes aposta-se na originalidade para sobressair. (E que ninguém pense que estes profissionais não têm sentido de humor.)

Sabia que as novas tecnologias também afectam o sector funerário?
As agências funerárias acompanham todas as tendências, incluindo as tecnológicas. De sites de homenagem a apps necrológicas, passando por revistas digitais e pelas redes sociais, o sector procura inovar o mais possível.

 

O acordo ortográfico utilizado neste artigo foi definido pelo autor.

Portuguese, Portugal