A lenda que dá origem a um dos símbolos nacionais de Portugal, o galo de Barcelos, é protagonizada por um galego. Uma ligação antiga que se mantém até aos nossos dias, tendo-se fortalecido a ideia de nunca terem existido verdadeiras fronteiras entre as duas regiões. Basta ver que, durante a pandemia, 12 mil pessoas esperavam o estatuto de trabalhador transfronteiriço, para poderem cruzar a raia sem obstáculos. A interligação é uma realidade e Minho e Galiza estão empenhados em que essa verdade seja reconhecida e dê frutos, até no âmbito europeu. Já neste ano, as duas regiões juntaram-se para pedir uma distribuição mais justa de fundos europeus para a cooperação transfronteiriça. O potencial e urgência desse acordo para o desenvolvimento desta região transfronteiriça foi mesmo focado pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa que recentemente lembrava que «nunca se sabe onde acaba o minhoto e começa o galego». Se Espanha é irmã de Portugal, então a Galiza é irmã gémea do Minho? Ramón Villares, autor do livro «Galiza, Terra Irmã de Portugal», vai responder a estas e outras perguntas, com a ajuda da historiadora Teresa Albuquerque e do antropólogo José Manuel Sobral.